terça-feira, julho 28, 2009

1 ano

Tenho o hábito de quando chega uma data que foi 'marcante' tentar lembrar-me do que é que fiz nesse dia.
E hoje não é excepção.

Acho que já comecei este post mil vezes na minha cabeça. E de cada vez que o comecei achei que era uma introdução perfeita. Mas agora que tenho o cursor a piscar, de repente já não me lembro de nenhuma das introduções que esbocei.

Só sei que no dia 28 de Julho de 2008 nunca me lembrei que 28 de Julho de 2009 alguma vez chegasse. Só sabia era que ias embarcar para estares 5 meses no Brasil (esta é a parte em que devia insultar-te porque foste para o bem bom sem mim), que voltavas no Natal, e que só no Natal é que nos voltávamos a ver.
Nem sei bem como é que consegui olhar para ti num jeito de despedida (odeio despedidas) e dizer-te um até já. Lembro-me que tinha imaginado imensas coisas para te dizer ao ouvido. Um simples 'passa rápido', ou um bom 'amo-te', ou um voto de 'boa viagem', ou um grande beijo sem palavras, mas a única coisa que me saiu foi um 'porta-te bem', grande revelador da minha natureza (e agora queria escrever um lol mas não sei se é aceitável na blog'esfera).
Estive num estado dormente durante todo o dia, sem saber bem o que é que me tinha acontecido.
Estava em casa e era a mesma coisa que não estar. A sensação igual a quando era piquena e ia para fora e morria de saudades da minha mãe. Uma sensação de vazio. Só que agora estava em casa, com os meus pais, e era igual, igualzinho a não lá estar.
Sei que disse logo de início, estavas no Brasil praí há 5 dias, que não me arrependia de nada e que era uma experiência que eu sabia que era mega importante para ti e pela qual queria que passasses, custasse o que custasse.
Fácil? Não foi. Mas a nossa eterna mútua compreensão ajudou em tudo sempre. E a tua paciência. E o nosso grande amor um pelo outro. Mas houve dias para esquecer. Dias em que não sabia se havia de chorar ou de rir. E claro que chegaram os dias importantes que sabiamos que haviam de chegar: os teus anos, os meus anos, o nosso dia. Mas tudo se passou bem. Tudo graças a ti. Graças a mim. E graças a esta relação que ficou ainda mais forte.
E sei que dissemos que quando o Natal chegasse, e tu estivesses mais rico em experiências e eu com a carta de condução na carteira, que, um dia, iríamos servir de experiência para alguém, alguém que também estivesse assustado com a ideia de uma relação à distância erasmus, e dizer ' a M e o P conseguiram, 5 meses sem se ver e estão juntos até hoje'.

E sei que não fui fácil. E confesso que às vezes só quis desistir e amaldiçoar a descoberta do Pedro Álvares Cabral, porque era mais fácil, porque a dor de estar sem ti era simplesmente insuportável. Mas tu estiveste sempre lá, sempre com as palavras certas e sempre com uma dose extra de paciência. E espero ter estado lá para ti, também.

E é por isto, por tudo isto, que quando me dizem 'O teu namorado teve 5 meses no Brasil?' e fazem um ar de desconfiados do género 'coitadinha, foste bem enganada', que tudo isso me passa ao lado porque eu sei bem quem é que tenho ao meu lado, sei bem como é que esses 5 meses se passaram, sei bem os teus motivos para fazer erasmus e sei bem que o nosso espaço está preenchido e que não precisamos de mais ninguém para se juntar a uma festa que é de dois.

'Achas mesmo que eu ia para o Brasil se isso pusesse a nossa relação em causa?', deve ter sido a frase que mais vezes pus em repeat mode na minha cabeça.


E já disse e volto a dizer, não me arrependo de nada e se fosse preciso voltar atrás, voltávamos a repetir a experiência.

Para ti, que não gostas de ser referido no meu blog (mas eu sei que gostas), um beijinho ENORME (com a nossa entoação).

2 comentários:

Goma disse...

Temos que confiar!!

Aldeão na Metrópole disse...

Num único post! mostras o quanto vocês se gostam... Acho que a confiança nestas situações é o mais importante. E aí está a prova de que realmente o amor existe :P